Malévola – Um conto de fada moderno em busca dos significados

 

 Malévola – Um Conto de Fada Moderno em busca dos Significados

 

Este mês fui assistir ‘Malévola’ no cinema. Fiquei muito ansiosa por assisti-lo e feliz com sua excelência, pois vi o original no cinema quando era bem pequena, e a cena da aparição de Malévola me fez pular da cadeira. Esta é uma das memórias de infancia mais antigas que possuo.

O filme é dirigido por Robert Stromberg e produzido pela Walt Disney Pictures, a partir de um roteiro escrito por Linda Woolverton. Estrelado por Angelina Jolie como a personagem vilã da Disney de mesmo nome, o filme é um live-action re-imaginado do clássico da Walt Disney Pictures, A Bela Adormecida de 1959, adaptação animada da Walt Disney de A Bela Adormecida, e retrata a história a partir da perspectiva da antagonista, Malévola. A fotografia é belíssima, Angelina está perfeita no papel, e o ingresso vale a pena, salvo algumas falhas de roteiro, que diante da poesia e da beleza do filme, tornam-se totalmente perdoáveis.

Todo artista tem seu processo criativo movimentando-se muito próximo ao inconsciente coletivo, e eu sempre me pergunto, cheia de curiosidade, o que se passa no interior de um artista, quando este adapta algum Mito, ou Conto de Fada, empolgando e mexendo com a imaginação de uma grande plateia. Se alguém consegue falar ao imaginário de uma multidão, é porque trouxe algum conteúdo arquetípico à tona. E diante de tantos conteúdos arquetípicos movimentados, não resisti a mais essa investigação do inconsciente coletivo.  Para quem se interessar pela interpretação psicológica do conto original, indico o livro “O feminino nos contos de fadas” da competentíssima Dra. Marie-Louize Von Franz, ed. Vozes.

No original, o nome da personagem que foi traduzido como “Malévola”, é “Maleficente”.  Existe uma pequena diferença entre as duas palavras, apesar de serem muito parecidas e poderem ser consideradas até mesmo sinônimas. Algo malévolo é algo mal intencionado. Algo Maleficente, é algo que pode causar danos. Todo excesso pode causar danos e ser considerado maleficente: O excesso de amor, de ódio, de fé, de cuidados, de expectativa, enfim... Mas nem todo excesso pode ser considerado malévolo. O excesso de amor, não é malévolo. Mas o excesso de amor pode facilmente transformar-se em decepção, ódio, desejo de vingança, e se tornar maleficente. Por tanto, o nome original, é o mais adequado para a mais poderosa das fadas, intensa no cuidado com as criaturas, e em todas as suas paixões, não indicando uma tendência perversa, mas sim uma força da natureza, com a qual seria temerário qualquer confronto.

                               

A esta história foi acrescentado um começo diferente. No original o motivo da vingança foi uma exclusão, a Fada não foi convidada para o batizado, e esse tema é arquetípico, encontrado também na Mitologia Grega, na festa de casamento em que Éris, a Deusa da Discórdia e Ares, o Deus da guerra não foram convidados.

Em ‘Maleficente’ o motivo que teria detonado toda a intensidade da vingança de Malévola, foi uma traição cometida por alguém muito próximo, alguém em quem a personagem confiava muito: A mutilação, o roubo das asas.

O Site “Cine Pop” publicou: “A história da Bela Adormecida contada através do ponto de vista da vilã, ‘Malévola‘, é um sucesso mundial que já arrecadou incríveis US$ 441 milhões mundialmente. Porém, poucos perceberam que uma das cenas mais importantes do longa-metragem é uma metáfora sobre o estupro.”

Sinceramente, penso que poucos perceberam, porque não existe nada na cena que faça uma referência real ao estupro. Até porque a intenção do personagem Stefam, a princípio, era matar Malévola, e não mutilá-la. Não conseguindo mata-la, cortou-lhe as asas na intenção de leva-las como um troféu em troca do trono real.

Considero a interpretação da mutilação como metáfora de um estupro, algo muito pessoal. Se alguém chegasse ao meu consultório fazendo tal associação, eu traçaria uma linha de investigação psicológica para saber de que forma aconteceu essa significação na psique de tal pessoa. E o histórico dos processos de criação de Angelina Jolie, mostra uma preocupação com este assunto.  O Site “Cine Pop” também comenta que em sua estreia como diretora, ‘Na Terra de Sangue e Mel‘ (In the Land of Blood and Honey), ela incluiu várias cenas explicitas de estupros cometidos por soldados contra as mulheres civis durante a Guerra da Bósnia. A atriz é uma grande ativista contra o estupro de guerra. Enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ela se reúne diretamente com vítimas da violência sexual e membros da organização. Isso vem reforçar minha tese de que esta é uma questão da atriz, e faz parte de suas vivências psicológicas. No entanto, considero tal metáfora um pouco deslocada. Se alguém tiver alguma pesquisa em temas míticos ou psicológicos que me contradiga, por favor, me envie por e-mail, pois essa é uma pesquisa que muito me interessa,

Se investigarmos o tema independente do contexto do filme, acharemos pistas de significados que fazem todo sentido com a situação.

                                        

 

Segundo Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, no dicionário de símbolos, a mutilação se reveste de um valor simbólico de iniciação.

A Dra Von Franz (1995, p. 103) explica que: "Toda situação obscura em que caímos é um convite à iniciação. Ser iniciado em alguma coisa, significa nela entrar. A primeira etapa consiste geralmente em aceitar uma situação penosa, o que tem um aspecto duvidoso ou negativo: Nos deixamos prender ou somos possuídos por algum sentimento difícil. Os Xamãs dizem que sua vocação aparece no decurso de uma crise, durante a qual caem no poder dos demônoios. Aquele que consegue sair das trevas torna-se Xamã, e o que permanece seu prisioneiro é um doente mental. Podemos considerar que toda doença psiquica é um convite a iniciação em potencial, e que as piores situações que podem nos ocorrer são a ocasião de uma iniciação, pois ela nos mergulha num lugar que nos é próprio, do qual devemos aprender a sair." 

E as asas simbolizam leveza espiritual, desmaterialização, liberação. Em toda tradição, as asas nunca são recebidas, mas conquistadas mediante uma iniciação. As asas indicam ainda, a faculdade cognitiva: No Rig Veda está escrito “Aquele que compreende tem asas”. Nos Salmos da Bíblia, fala-se das asas como símbolo de poder, beatitude e incorruptibilidade: “Tu me protegerás à sombra de tuas asas” (Salmo 35,8). Mais interessante ainda, notar, que Grégoire de Nysse diz que se Deus, o arquétipo, é alado, a alma criada à sua imagem possui suas próprias asas. Se ela as perdeu, por causa do pecado original, é-lhe possível recobrá-las. Por tanto as asas exprimem uma elevação ao sublime, um impulso para transcender a condição humana. Indicam com a sublimação, uma liberação e uma vitória.

Colocando estes significados dentro do contexto do filme, percebemos que faz todo sentido: Maleficente, um ser sublime, se envolve com um mortal e experimenta sentimentos mundanos. Confia naquele que outrora foi seu amigo de infância sem jamais suspeitar que ele pudesse fazer-lhe qualquer mal por ganancia. Perdeu suas asas, passou por um processo iníciático, vagou nas sombras, lutou com seus monstros, sublimou seus sentimentos, ganhou suas asas de volta e evoluiu.

Esse é um tema muito comum na vida sentimental. Quem nunca confiou seus sentimentos mais puros, para ver-se impiedosamente abandonado ou traído? E diante de tal traição, com o coração esmigalhado, quem nunca se sentiu mutilado, incapaz de prosseguir, pelo menos por um tempo, precisando se retirar para dentro de si mesmo a fim de recobrar as forças? E quem, com o amor próprio ferido, e o ego estilhaçado, nunca experimentou o desejo ardente de vingança? Se você jamais experimentou qualquer dessas emoções violentas, tem minha total admiração. Eu posso dizer de experiência própria que a vida fica escura e cheia de espinhos, até que possamos transcender e sublimar, galgando assim alguns degraus na evolução. Então alargamos nossos horizontes e um grande amadurecimento se processa. É um verdadeiro processo iniciático.

                                    

Maleficente é uma força da Natureza, uma possível imagem da Grande Mãe. Ela cuida das plantas, do equilíbrio mágico da floresta, dos animais. O único motivo de atingir o bebezinho, é que naquele momento, cega pelos sentimentos mais tumultuados, vê na criança o ponto fraco daquele que a mutilou. A própria natureza é dura, severa e cruelmente vingativa. No entanto, ela tudo sabe, tudo vê, e acompanha de perto o desenvolvimento da situação, se enervando com a falta de jeito e as maneiras estabanadas das três fadas responsáveis por criar a princesa. Diante de tal situação, várias vezes ela assume os cuidados com o bebê. Tanto que é a própria princesa quem chega à conclusão de que ‘Maleficente’ é sua Fada Madrinha. O instinto Materno fala mais alto.

É interessante notar que ao longo do filme a Rainha Mãe, adoece e morre. O princípio feminino do reino está fraco, doente. Já vimos este tema na interpretação de outros contos, a falta em nossa vida espiritual e psicológica da dimensão feminina, do próprio cosmos como mistério vivente. É que desde a idade das trevas, com a caça às bruxas e a repressão do feminino, perdemos nossa ligação com aquele poder conhecido como ‘A Grande mãe’, aquela de muitos nomes. 

 No reino vizinho, ‘Maleficent’ incorpora a coroa. Ela agora é rainha. O princípio feminino é responsável pelas emoções, e estas estão turbulentas. 

Na vida real, muitas mulheres têm sonhos românticos de maternidade, por motivos que nada tem a ver com criar um ser-humano de fato, e na hora de cuidar mesmo da cria, ou adoecem com o conflito de tantas responsabilidades, ou não tem paciência, ou estão ocupadas demais com os próprios problemas. Evidentemente não são todas, mas muitas mulheres se esquecem de que tudo o que ingerem afeta o feto que cresce dentro de si. Outras que se separam do pai das crianças, não tem pudores de privá-las do contato com o pai ou usá-las como armas de guerra. E é muito comum ver sobrar para as escolas a tarefa de educar e cuidar das carências das crianças. E mais: mulheres que por opção, nunca tiveram filhos, mas que tem seu instinto maternal completamente afiado, como a própria Maleficente, em escolas, creches, abrigos, consultórios, colônias de férias, hospitais, e tantos outros lugares, preenchendo espaços vazios, consertando estragos ou fazendo pelas crianças o que as próprias mães não fazem. Em nossa época, isso se tornou um tema recorrente. Mas na maioria das vezes, desde que o mundo é mundo, as mulheres sabem muito bem, ainda que não admitam, que se a criança fica doente é porque a mãe está perturbada.

          

A Bela Adormecida passa 100 anos dormindo. Quando pensamos em 100 anos, pensamos em uma eternidade, e de fato é toda uma existência, uma vida inteira, pois a maioria de nós não completa uma centena de anos. Dormir é permanecer inconsciente. Não faz muito tempo, as nossas jovens eram obrigadas a permanecerem inconscientes e submissas ou pelo menos fingir recato e submissão, tamanha a quantidade de neuroses projetadas na vida delas. A qualidade da “Deusa” era acolhida apenas na medida em que a mulher se submetia a aprovação do homem e se comportava “adequadamente”. Um mundo neurótico e cheio de repressões fazia com que a sexualidade permanecesse reprimida e culpada. No Conto de Fada, A Bela Adormecida acorda com o beijo do príncipe. Na vida, nossas jovens passavam a viver e compreender a vida depois que casavam.

O despertar da sexualidade é de fato uma das fases mais violentas, habitualmente sua irrupção submerge e até dissocia a personalidade, até que um novo equilíbrio possa ser alcançado. Os adultos ainda se assustam quando as meninas começam a testar seus poderes de sedução, ou aparecem com o primeiro namorado, e isto é totalmente natural. Neste filme a princesa não chega nem a passar vinte e quatro horas dormindo. Hoje, a criança tem informação demais para ficar muito tempo inconsciente. O preconceito e o buling ainda existem, entre meninos e meninas, mas elas não se deixam submeter, nem fingem recato. Outra situação digna de nota é o beijo do verdadeiro amor que salva a princesa. Não é o primeiro filme moderno que vejo em que o tão falado beijo do verdadeiro amor não funciona, vindo do amor de um homem para uma mulher. Mas o que mais me chamou atenção neste filme, é que o beijo do verdadeiro amor vem justamente desta figura maternal que não possui laços consanguíneos, que não precisou parir de seu próprio ventre para ter o instinto maternal afiado, para amar a ponto de colocar sua própria vida em risco, para salvar com o amor. E no final, o amor do príncipe, que no caso não foi encantado, vem. Porém não como algo fundamental, sem o qual a princesa permaneceria o resto de sua vida como morta. Mas como algo bom, que vem para acrescentar, sem ser absolutamente necessário.

Como astróloga é interessante ver isso começar a acontecer na Era de Aquário. 

Regido por Urano, Aquário é um signo desapegado. Urano rege a 11ª Casa, domicílio dos amigos e do coletivo. A influência de um Urano forte no mapa ou do signo de Aquário, representa aqueles que valorizam o coletivo e brigam por seus ideais, sem abrir mão de direitos. O ‘Uraniano’ partilha da filosofia de Martin Luther King e acredita que “aquele que aceita o mal sem protestar está cooperando com ele”. É ‘Uraniano’ aquele que possui consciência do grupo, que valoriza seus amigos e que não se cala diante daquilo que lhe é imposto, aquele que recria o antigo e tem como filosofia o princípio da liberdade.

                                        

A princesa recebe a coroa de sua madrinha, e eu me pergunto: Terá Linda Woolverton percebido um movimento do aspecto reprimido da antiga Deusa Mãe se movimentando no inconsciente coletivo? Estaremos diante de uma tendência progressiva inerente a natureza feminina, vinda do Inconsciente coletivo como um esforço para suscitar uma nova forma de feminilidade na mulher, assim como um novo aspecto do Eros e da parte emotiva do homem, correspondendo a uma capacidade emocional mais estável em ambos? Em outras palavras estaremos começando a engatinhar em direção oposta a brutalidade, vulgaridade, e uma ausência de nuanças no plano dos sentimentos tão comuns em nossos tempos?

Será que a Deusa finalmente virá dar sua benção à toda humanidade?

Eu acredito, diante de tais evidencias psicológicas, que começamos a intuir um farfalhar de asas femininas nas dimensões da psique coletiva.

Que nossas Fadas Madrinhas e Anjos da Guarda nos guiem em direção a um mundo mais ameno...

E Todos os Deuses possam nos dar suas bênçãos.

Amém.

 

 

 

 

  Para os investigadores da psique e amantes do assunto, o inconsciente coletivo está agitado, e o site (EN)Cena A saúde mental em movimento também publicou sua análise dos significados psicológicos sob o título de 

Malévola e a redenção do feminino ferido

 

As asas farfalham, se remexem e deslocam, e o Site Ponto de Vista Psicológico também publicou: 

Malévola - a amargura do feminino

pontodevistapsicologico.blogspot.com.br/2014/06/malevola-amargura-do-feminino.html

A Busca dos significados: A Redenção do Feminino x A amargura do feminino.

Interpretar é como ver cores. Uma pessoa pode dizer que é palha, o que outra diz que é marfim. (Para mim são cores absolutamente diferentes mas tem gente que jura que é igual.) Eu me identifico com a visão Junguiana do EN(cena), com "A Redenção do Feminino", que fez uma análise mais detalhista. Para quem não é iniciado no assunto e não conhece os livros da Dra Von Franz (recomendo sempre!), tem no EN(cena) um excelente mergulho nesse universo. No entanto, respeito a visão do site, mas não vejo Malévola como uma espécie de "Mercúrio", ou seja, mensageira entre os dois mundos no filme, pois vejo-a como a guardiã da floresta encantada, o mundo mágico, o inconsciente. Já o site Ponto de Vista Psicológico entendeu que ao final Aurora assume o papel de psicopompo, ou seja, mediadora entre os dois mundos, o que concordo plenamente. No entanto, o site Ponto de Vista Psicológico, interpreta os chifres de Malévola, como símbolos do masculino, interpretação tendenciosa, presa ao símbolismo do carneiro solar, esquecendo-se, ou deixando de levar em consideração o aspecto dos chifres como crescente lunar, do Touro de Shiva, da Deusa Hathor, do signo zodiacal de Touro, regido pela Lua. Já no site (EN)Cena, este aspecto é levado em consideração. No entanto o EN(Cena) interpreta a captura das asas apenas como uma atitude comum em muitos homens, que movidos pelo medo de seu inconsciente, “cortam as asas” de sua mulher para ter poder sobre ela. Isso acontece mesmo, é fato. E isto pode levar a uma crise. A traição talvez esteja sendo considerada como a mutilação. 

O site Ponto de vista Psicológico nada fala sobre o processo iniciático, mas acredito que isto esteja implicito em sua interpretação, pois ele cita a luta final como uma tragédia para Stephan, dizendo que "O embate com uma pessoa que alcança maior integridade e maturidade só pode finalizar com a vitória desta, ainda mais quando chega ao ponto de recuperar as próprias asas, antes presas do antigo captor." - "Ainda mais quando chega ao ponto de recuperar as próprias asas" ...  -  Achei esta, uma frase de impacto, que faz juz a cena forte do filme. 

No embate entre Stefan e Malévola, vejo o processo iniciático se encaminhando para a conclusão: A luta do feminino contra o masculino dominador. O feminino integrou seu complexo materno negativo, se redimiu através do instinto materno, passou por um verdadeiro processo iniciático, derrotou o masculino dominador e se Sublimou. 

Uma mulher está presa do masculino dominador quando se deixa subjugar, ainda que com sofrimento, ou quando reage com  as mesmas armas do masculino, ou seja a agressão, a força, esquecendo-se que suas maior força está na feminilidade, na suavidade. Malévola estava possuída por seu animus negativo, e levantou muitos espinhos ao redor da floresta. Lutou com Stephan devolvendo golpe a golpe, mas só então recuperou suas asas. Então, de alma lavada, se sublimou. Quem pode condenar?

O segundo site faz a leitura do conto sob o ponto de vista da psicologia masculina. Acho curioso, o fato de que o título que ele mesmo escolheu para seu artigo: "A amargura do feminino" já indique uma ótica oposta. No entanto é muito interessante observar diversas interpretações do mesmo tema, sob diversos pontos de vista. Ver este tema se repetindo, confirma minha suspeita de que o inconsciente coletivo foi mexido a partir do processo criativo de uma artista e isso é muito intusiasmante! E o ponto de vista masculino para a interpretação desse filme, é ainda mais interessante se considerarmos que estamos em um momento de mudança de paradigma, onde os modelos de feminilidade e também de masculinidade estão em dissolução. De fato, nossos jovens estão perturbados e confusos. E no final das contas, as tres interpretações propostas se completam, salvo pequenas diferenças. Sempre digo que a verdade é um dado de mil faces. Gosto de ver toda e qualquer iniciativa de desvendar os mistérios do inconsciente. É sempre difícil quando conteúdos arquetípicos estão se aproximando da consciência... É muito bom ver a movimentação desses temas.

ADORO!!!!!!